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Piauí enfrentará calor acima da média no B-R-O Bró e risco elevado de incêndios

O tradicional período mais quente do ano no Piauí, conhecido como B-R-O Bró, deve começar mais cedo e com intensidade acima do normal. Segundo previsões meteorológicas, o estado tem 80% de chance de registrar temperaturas acima da média histórica, com índices de umidade relativa do ar abaixo dos níveis recomendados já a partir do mês de agosto.

Reprodução/Agência Brasil
Piauí enfrentará calor acima da média no B-R-O Bró e risco elevado de incêndios

De acordo com dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE) e da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), o calor excessivo deve se intensificar especialmente nas regiões centro-norte, sudeste e sudoeste do estado, com temperaturas que podem ultrapassar os 38 °C em setembro. Na região norte, os termômetros poderão marcar até 2 °C acima da média. No extremo sul, já há registros de temperaturas 1,5 °C acima do normal desde julho.

A climatologista Sara Cardoso, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), explica que a situação deve se agravar ao longo das próximas semanas.

“As temperaturas permanecerão acima da média climatológica (histórica) e as umidades relativas mínimas, pontualmente no sudoeste e parcela do centro-norte (microrregião de Campo Maior), podem ficar abaixo dos 15% a partir da segunda quinzena de agosto”, destacou.

Além dos impactos na saúde da população e no setor agropecuário, o tempo quente e seco também eleva significativamente o risco de incêndios. Segundo a Secretaria Estadual de Defesa Civil, a combinação entre altas temperaturas, baixa umidade e ventos fortes torna o ambiente altamente inflamável.

“Nessa época do ano, por conta das altas temperaturas, a vegetação perde seu verdor e passa a ser um combustível. Os outros fatores estão relacionados à dinâmica atmosférica. O ar também fica mais seco, sem umidade. Outro fator que favorece a inflamabilidade e pode potencializar a intensidade de um incêndio ou direcionar as chamas são os ventos. Então, temos aí uma combinação natural. Mas o incêndio ou queimada não é um produto da natureza [...]. A verdade é que o ser humano é o responsável por mais de 90% dos incêndios. Independente da motivação que inicia o ato, é provocado pela ação humana”, alertou Werton Costa, diretor de Prevenção e Mitigação da Defesa Civil.

Mesmo antes do pico do calor, o Piauí já registra focos de incêndio em várias regiões. Em resposta, órgãos estaduais como a Defesa Civil, a Semarh e o Corpo de Bombeiros estão intensificando ações de monitoramento, capacitação de brigadas e distribuição de equipamentos para municípios historicamente afetados.

O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Arimateia Rêgo, faz um apelo à população.

“A prevenção é um esforço conjunto, e cada ação individual faz diferença”, ressaltou.

Com o agravamento das condições climáticas, as autoridades reforçam que os próximos meses exigem atenção redobrada e colaboração da sociedade para evitar tragédias ambientais e humanas.


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