Portal O Dia

Piauí deve perder R$ 32 milhões com nova tarifa dos Estados Unidos sobre exportações brasileiras

O Piauí deve sofrer um prejuízo de R$ 32 milhões com a nova tarifa imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, atinge principalmente a indústria de transformação, setor que lidera as exportações do Brasil para o mercado norte-americano.

Apesar de o valor colocar o Piauí entre os cinco estados menos impactados do país, o montante é significativo e reforça o efeito em cadeia que a decisão dos EUA deve provocar em todas as regiões brasileiras. No total, os prejuízos nacionais podem ultrapassar R$ 19 bilhões.

Assis Fernandes / O Dia
Piauí deve perder R$ 32 milhões com nova tarifa dos Estados Unidos sobre exportações brasileiras

Além do Piauí, também apresentam perdas mais controladas os estados de Roraima (R$ 13 milhões), Sergipe (R$ 30 milhões), Acre (R$ 31 milhões) e Amapá (R$ 36 milhões). Por outro lado, estados com forte presença industrial e maior dependência do mercado americano enfrentam impactos bilionários, como São Paulo (R$ 4,4 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 1,9 bilhão) e Paraná (R$ 1,9 bilhão).

Com o aumento das tarifas americanas, setores como alimentos processados, metalurgia, couro e calçados devem ser os mais penalizados. Embora o Piauí tenha menor presença desses produtos na pauta exportadora, especialistas alertam para possíveis impactos indiretos, como a competição acirrada em outros mercados internacionais e o desequilíbrio na balança comercial.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, classificou o aumento tarifário como “expressivo e injustificável” e criticou seus efeitos sobre a competitividade do país.

"A imposição do expressivo e injustificável aumento das tarifas americanas traz impactos significativos para a economia nacional, penalizando setores produtivos estratégicos e comprometendo a competitividade das exportações brasileiras. Há estados em que o mercado americano é destino de quase metade das exportações. Os impactos são muito preocupantes", avaliou.

Jailson Soares/O Dia
Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban

Dependência reduzida ameniza efeitos no estado

Um dos fatores que ajudam a explicar o impacto menor no Piauí é a baixa dependência do estado em relação ao mercado norte-americano, diferentemente de outras unidades da federação. Em estados como o Ceará, por exemplo, os EUA representaram 44,9% das exportações em 2024. No Espírito Santo, esse índice foi de 28,6%, e na Paraíba, 21,6%.

Com uma pauta exportadora mais voltada para commodities agrícolas e energias renováveis, o Piauí está menos exposto às oscilações do mercado industrial norte-americano.


Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.