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Ouro em flor: É a temporada dos ipês

O amarelo, de longe, se destaca entre o verde da vegetação. Uma árvore dourada que encanta os olhos. No chão, um tapete de flores grandes e vistosas se forma, colorindo o caminho de quem por ali passa. O rosa também encanta, assim como o branco e o roxo. Flores que se fazem presentes em um período curto, mas aguardadas durante todo o ano. A florada dos ipês inicia agora em julho e deve seguir até meados de outubro. Uma oportunidade para deixar a cidade ainda mais colorida e proporcionar lindos registros aos teresinenses.

O biólogo Francisco Soares Santos Filho, especialista em botânica, explica que a floração dos ipês começa em julho, podendo se estender até outubro dependendo dos sinais ambientais e climáticos que favorecem o início dessa florada. No caso dos ipês, a florada está relacionada diretamente com a umidade do ar e com a variação de temperatura.

Assis Fernandes/ODIA
Ouro em flor: É a temporada dos ipês

“Se há um local onde o período chuvoso se estende por mais tempo, isso pode retardar o processo de floração dessas plantas. Se o período de chuva suspende rapidamente, pode ser que aconteça a antecipação dessa florada, já que a umidade está diretamente relacionada a essa regulação do processo de floração das plantas”, comenta o biólogo.

Existem diversas espécies de ipês e com diferentes cores. Somente da cor amarela, há cerca de seis de espécies no Piauí, e todas florescem mais ou menos no mesmo período. Apesar dessa variação de cores, em geral, elas tendem a florescer quase ao mesmo tempo.

O período de floração das plantas é um fenômeno fenológico que está associado ao seu ciclo de vida. Quando uma planta escolhe um determinado período para florescer, é porque existem condições fisiológicas favoráveis para que ela possa desenvolver essa floração, com a finalidade única de se reproduzir.

Assis Fernandes/ODIA
Ouro em flor: É a temporada dos ipês

“A princípio, as plantas, de uma maneira geral, são classificadas em três grupos: de dia longo, de dia curto e as indiferentes. As plantas de dia longo ou curto, dependendo do local do planeta onde estão, podem ter sua floração influenciada pela duração do dia. Mas isso não ocorre no Piauí, pois aqui temos praticamente 12 horas de luz e 12 horas de escuridão. Essa constância não interfere diretamente na floração das plantas da nossa região”, explica Francisco.

Em outras regiões do país, como no Sul ou Sudeste, onde há maior variação na duração dos dias ao longo do ano, o comportamento das plantas pode ser diferente. A floração pode variar de acordo com as condições ambientais locais, como temperatura, umidade e luminosidade. No Piauí, o ipê-amarelo é o mais comum entre as espécies. Já no Centro- -Oeste, os ipês roxo e rosa costumam ser os mais vistos nas paisagens urbanas e rurais. Ainda assim, o que mais chama atenção, segundo o biólogo, é a forma como essa florada ocorre.

“O que mais destaca no ipê, não é a cor, mas o tamanho das flores, que são grandes e graúdas, bem como o fenômeno que acompanha a floração dos ipês. Diferentemente das outras plantas, nas quais a floração ocorre e as folhas permanecem, com os ipês não é assim. Durante a floração, todas as folhas caem e a árvore investe toda a sua energia unicamente nas flores. É por isso que vemos, destacadamente, a florada dos ipês. As flores vistosas ajudam a corroborar com essa possibilidade de visualizar melhor essa floração”, conclui o biólogo Francisco Soares Santos Filho.

Assis Fernandes/ODIA
Ouro em flor: É a temporada dos ipês

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