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“O golpe não chegou a ser concretizado”, diz Valdemar Costa Neto no Piauí ao criticar prisão de Bolsonaro

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, voltou a criticar nesta quinta-feira (27) a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada após o trânsito em julgado da ação penal que condenou os réus do núcleo 1 da trama golpista de 2022. Bolsonaro começou a cumprir a pena de 27 anos e três meses de prisão na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília (DF), nessa terça-feira (25).

Reprodução/Agência Brasil
“O golpe não chegou a ser concretizado”, diz Valdemar Costa Neto no Piauí ao criticar prisão de Bolsonaro

A conclusão definitiva do processo foi declarada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou o início imediato do cumprimento das penas.

De passagem pelo Piauí nesta quinta (27), Valdemar afirmou ao PortalODia.com que a situação do ex-presidente é “muito difícil” e destacou possíveis complicações de saúde.

“Muito difícil a situação dele [Bolsonaro]. E o Bolsonaro, o que ele está passando, não podia estar passando. Ele tem um problema sério de saúde, que ele tem um refluxo e tem um soluço que provoca um mal estar dele muito grande. E o grande problema é a noite, porque ele tem o soluço também a noite. E isso pode causar até a morte dele se ele não tiver com gente acompanhando ele quando ele está dormindo”, disse.

O dirigente ainda afirmou que a prisão representa “uma humilhação muito grande” para o PL.

O STF reabriu em outubro a investigação sobre a suposta participação de Valdemar na tentativa de golpe. Ele disse não ter preocupação com o processo.

“Eles me puseram na investigação novamente, mas eu já estava definido, eu fui o único que saí do processo do golpe. O Ministério Público tinha poder naquele momento para dizer quem ia ser processado e quem não ia ser processado. Eu fui excluído do processo e eles resolveram agora abrir nova investigação contra mim. Normal e natural. Não tenho preocupação porque eu nunca fiz nada errado”, relatou.

Valdemar minimizou novamente as articulações golpistas e disse não ter presenciado discussões nesse sentido dentro do governo.

“Nesse segmento que aconteceu, se houve essas discussões no governo de golpe, eu nunca ouvi e nunca vi. E lamento que tenha tanta gente boa envolvida nisso, que o golpe não chegou a ser concretizado. Como o golpe não chegou a ser concretizado, isso não podia. Você pode fazer uma tentativa de assassinato desde que você não faça nada não é crime”, argumentou.

Ele também contestou o entendimento do STF de que os atos de 8 de janeiro constituíram tentativa de golpe.

“Como é que era golpe o pessoal com um pedaço de pau quebrando as coisas? O que tem que ser punido é esse pessoal, lógico, que quebrou e que fizeram as coisas erradas. Mas aquilo não foi golpe. Golpe é com metralhadora, com tanque de guerra. Então, eu acho que nós vamos chegar no entendimento ainda e essas coisas vão poder ser discutidas novamente. Nós, o Poder Judiciário, com muita paciência, vamos ter que resolver isso, porque nós temos que chegar num denominador comum para tocar esse país para frente”, criticou.

Estratégia do PL para 2026

Com Bolsonaro impedido de disputar as eleições de 2026, Valdemar disse que caberá ao ex-presidente definir seu sucessor.

“O Bolsonaro que vai decidir isso. Ele não pode errar [a escolha de um sucessor], porque se o Bolsonaro errar a escolha e nós perdemos a eleição ele vai ficar oito anos fechados. Ele tem que indicar melhor”, citou.

O presidente do PL citou possíveis alternativas, entre elas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

“O Tarcísio é um excelente nome. Agora precisa ver o Bolsonaro o que vai achar disso, porque quem é o dono dos votos é ele. Bolsonaro, em qualquer pesquisa, com qualquer pessoa, ele transfere 38% de votos. Então, quer dizer, nós dependemos da escolha dele. Quem ele escolher, nós vamos acatar”, relatou.

Outros nomes lembrados foram Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Ratinho Junior (PSD).

Família Bolsonaro

Valdemar avaliou como pouco provável que Bolsonaro escolha alguém da própria família para disputar o Planalto.

“Acho difícil colocar alguém da família. O Bolsonaro vai ter dificuldade nisso de por um membro da família. Ele precisa ter, nós precisamos unir toda a direita para ganharmos a eleição. Se nós não unirmos a direita, nós não vamos ganhar a eleição. Está muito equilibrado e se nós unirmos a direita, nós ganhamos a eleição”, concluiu.


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