O número de mortes por afogamento voltou a crescer no Piauí em 2025 e já acende um alerta entre as autoridades estaduais. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros Militar do Piauí (CBMEPI), 49 pessoas perderam a vida em ambientes aquáticos no estado até meados de maio deste ano. O número já supera o total de casos registrados em todo o ano de 2024, quando foram contabilizados 24 óbitos.
O aumento representa um crescimento expressivo em relação aos dois anos anteriores. Em 2023, o Piauí havia encerrado o ano com 42 mortes por afogamento. Em 2024, houve uma queda de 42,86% nas ocorrências, mas os dados de 2025 mostram uma reversão preocupante da tendência de redução. O agravante, segundo os bombeiros, é que esses números foram alcançados antes mesmo do início do segundo semestre, período em que historicamente se registra um pico de casos devido às férias escolares, calor mais intenso e aumento das atividades recreativas em rios, barragens e praias.
Entre os dias 12 e 18 de maio, os bombeiros realizaram 116 atendimentos em todo o estado, sendo 45 operações de busca e salvamento, com destaque para Teresina, que concentrou a maioria das ocorrências. As ações de prevenção foram intensificadas, especialmente em regiões litorâneas e locais com grande fluxo de banhistas.
De acordo com o comando do CBMEPI, a maior parte dos casos está ligada à imprudência dos banhistas, como o desrespeito a áreas sinalizadas, a entrada em locais com correntezas perigosas e o despreparo para situações de emergência. As altas temperaturas, que aumentam a procura por ambientes aquáticos, também contribuem para o risco.
Um exemplo recente foi a morte do adolescente Kauã Matheus Gomes de Sousa, de 15 anos, no último domingo (18), no Rio Poti, em Teresina. De acordo com os bombeiros, ele entrou na água para tentar atravessar o rio com um amigo e foi arrastado por uma correnteza. O jovem chegou a receber ajuda, mas submergiu e não resistiu.
Como evitar afogamentos?
O Corpo de Bombeiros do Piauí alerta para os riscos que uma criança ou até mesmo um adulto corre quando toma banho em local desconhecido. Rios podem ter buracos e redemoinhos, lagos podem ter o solo irregular, no mar o vai e vem das marés forma piscinas naturais, que quando submersas oferecem riscos. Isso só para citar alguns exemplos.
O uso de equipamentos de proteção é essencial, mas mais do que isso, é preciso também orientar as crianças e os pais e responsáveis sobre os riscos que uma brincadeira despretensiosa pode acarretar.
- Pesquise as condições climáticas do local que vai frequentar: veja se o rio, açude, lago ou balneário está em condições propícias ao banho e qual o local mais seguro para entrar na água. Se informe antes com trabalhadores do local e frequentadores.
- Use sempre equipamentos de proteção: só entre na água usando boias ou coletes salva-vidas. Se for criança, a boia deve pegar o tórax e os braços. Ficar atento também ao material destes equipamentos para que ele não seja escorregadio nem fure facilmente.
- Nunca deixa crianças entrarem na água sozinhas: se forem entrar na água, as crianças devem sempre estar acompanhadas de um adulto que fique próximo. O ideal é se manter a pelo menos um braço de distância. É recomendado também nunca entrar na água sozinho, mesmo se você for adulto.
- Não ingerir bebidas alcoólicas: se for tomar banho em rios, açudes ou balneários, evite ingerir álcool. Fique sempre atento às crianças e, caso beba, não entre na água sozinho.
- Localize visualmente os salva-vidas, bombeiros ou policiais nas proximidades dos açudes, rios ou lagos e fique sempre perto deles.
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