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Isenção do IR deve ampliar em R$ 5 milhões a renda disponível do piauiense, aponta estudo

Com efeitos a partir de janeiro de 2026 e previsão de beneficiar 15 milhões de contribuintes em todo o Brasil, a Lei nº 15.250, que isenta de Imposto de Renda quem tem renda de até R$ 5 mil, deve injetar R$ 1,7 bilhão na economia do Nordeste. A isenção, aliada aos descontos aplicados à faixa entre R$ 5 mil e R$ 7.350, deve ampliar também a renda disponível do piauiense em aproximadamente 3,71%. Em números absolutos, significa dizer que o trabalhador do Piauí terá R$ 5 milhões a mais disponíveis sem os descontos do IR.

Agência Brasil
Isenção do IR deve ampliar em R$ 5 milhões a renda disponível do piauiense, aponta estudo

É o que revelam as estimativas da Unidade de Estudos e Pesquisas da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), divulgada nesta segunda-feira (15). Para chegar a este dado, a Sudene distribuiu os vínculos empregatícios por faixas de renda e adotou valores centrais para cada faixa, aplicando a calculadora de desconto do IR do Dieese. Os descontos apontados pela calculadora foram multiplicados pela quantidade de trabalhadores formais em cada faixa.

O estudo indica que isenção para os trabalhadores que recebem até R$ 5 mil, somada aos descontos da faixa entre R$ 5 mil e R$ 7.350, deve ampliar a renda disponível no Nordeste em cerca de R$ 126,7 milhões por mês. Destes, 3,71% ou R$ 5 milhões, só no Piauí. A maior fatia, por conta do número de contribuintes, está na Bahia, onde a renda disponível deve ampliar em 31,47%, seguido dos estados de Pernambuco (21,06%) e Ceará (16,02%).

Na sequência aparecem Maranhão (8,60%), Rio Grande do Norte (5,79%), Paraíba (5,09%), Alagoas (5,64%), Piauí (3,71%) e Sergipe (3,61%). Em números absolutos, estes acréscimos mensais variam de cerca de R$ 5 milhões, como no Piauí e em Sergipe, passando para R$ 6 milhões a R$ 11 milhões em Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão. No Ceará, a estimativa é de R$ 20 milhões, quase R$ 27 milhões em Pernambuco e de aproximadamente R$ 40 milhões na Bahia.

O valor total que deve ser injetado no Nordeste com a isenção do IR para a faixa de R$ 5 mil corresponde a cerca de 7% da renúncia fiscal nacional projetada pelo Governo Federal, que soma R$ 25,8 bilhões.

Para o superintendente da Sudene, Francisco Ferreira Alexandre, esse aumento da renda disponível significa também aumento do poder de compra das famílias. “A ampliação da isenção do Imposto de Renda cria condições reais para que mais trabalhadores movimentem o comércio, estimulem a produção e fortaleçam a economia regional”, pontua.

Elvis Aleluia/Ascom
Francisco Alexandre, superintendente da Sudene

A análise projeta que o efeito anual para o Nordeste se aproxima de R$ 2 bilhões. Mesmo abaixo desse teto, a Sudene destaca que a medida tem forte impacto multiplicador, por incidir diretamente sobre famílias com alta propensão ao consumo, um vetor considerado importante para dinamizar a economia local.

“Os consumidores podem optar por fazer uma feira maior, por exemplo, adicionando itens que não costumavam adquirir antes. Ou direcionar para a aquisição de outros bens como roupas, calçados e até eletrodomésticos. Por outro lado, o estímulo gerado pela renda extra pode fazer até com que as empresas tomem mais empréstimos para expandir a produção”, comenta o economista da Sudene, Miguel Vieira.

Os cálculos feitos pela Sudene para o estudo seguiram o modelo definido pela Lei nº 15.270/2025.


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