Portal O Dia

Deputados da Mesa Diretora da Alepi poderão receber verba extra por acúmulo de funções

Um projeto de lei apresentado pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado do Piauí (Alepi) prevê o pagamento de uma nova vantagem indenizatória a parlamentares que exerçam funções diretivas na Casa. A proposta estabelece uma compensação financeira por acúmulo de responsabilidades administrativas, institucionais e políticas por parte dos integrantes da Mesa Diretora, com percentuais que podem chegar a até 20% do subsídio mensal de um deputado estadual.

Assis Fernandes/O Dia
Deputados da Mesa Diretora da Alepi poderão receber verba extra por acúmulo de funções

Se aprovado, o projeto beneficiará diretamente o presidente da Alepi, Severo Eulálio (MDB), os quatro vice-presidentes e os quatro secretários da Mesa (veja a relação de nomes no final da matéria), além do presidente da Escola do Legislativo – este último, desde que não esteja simultaneamente exercendo função na Mesa Diretora. O texto define que a verba é de natureza estritamente indenizatória, sem incorporar-se ao salário ou contar para cálculo de aposentadoria e outros benefícios.

De acordo com a proposta, o presidente da Assembleia terá direito a um adicional de 20% sobre o seu subsídio mensal, enquanto os demais membros da Mesa Diretora e o presidente da Escola do Legislativo receberão 15%. A vantagem, no entanto, será paga somente enquanto houver efetivo exercício da função, sendo suspensa em caso de afastamento.

Na justificativa do projeto, a Mesa Diretora argumenta que os parlamentares que compõem a direção da Alepi são submetidos a uma sobrecarga funcional decorrente do exercício simultâneo de funções administrativas e políticas, que exigem “dedicação ampliada, disponibilidade integral e renúncias pessoais”.

A proposta ressalta que a nova indenização não tem caráter remuneratório, mas visa compensar encargos extraordinários e temporários, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e prática já adotada por outros poderes e estados. O projeto menciona como precedente a Lei Complementar nº 266/2022 do Poder Judiciário piauiense, que autoriza indenizações de até 35% para magistrados que exercem funções como presidente e corregedor. Também cita normas semelhantes adotadas pelas Assembleias Legislativas de Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia e Rio Grande do Norte.

A justificativa ainda ressalta que o Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) reconhece que tais valores, por não possuírem caráter remuneratório, não entram no cálculo do teto constitucional.

Composição da Mesa Diretora biênio 2025/2026:

Presidente: Severo Eulálio (MDB)

 1º Vice-Presidente: Francisco Limma (PT)

 2º Vice-Presidente: Ana Paula (MDB)

 3º Vice-Presidente: Rubens Vieira (PT)

 4º Vice-Presidente: Gustavo Neiva (Progressistas)

 1º Secretário: Wilson Brandão (Progressistas)

 2º Secretário: Dr. Felipe Sampaio (MDB)

 3º Secretário: Fábio Novo (PT)

 4º Secretário: Gracinha Mão Santa (Progressistas)

Impacto orçamentário

O projeto prevê que os recursos para o pagamento da nova indenização sairão do próprio orçamento da Assembleia Legislativa. A proposta frisa que a medida respeita os limites legais de responsabilidade fiscal e segue o entendimento do TCE-PI e do Tribunal de Justiça do Estado.

A proposta estabelece ainda que o não cumprimento das disposições da futura lei poderá resultar em sanções administrativas, conforme regulamentação a ser definida pela própria Mesa Diretora.

A matéria foi protocolada na Casa e ainda será analisada pelas comissões técnicas da Alepi antes de seguir para votação em plenário. A expectativa da Mesa Diretora é de que a lei entre em vigor ainda este ano, com efeitos financeiros retroativos a 1º de junho de 2025.


Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.