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Caso Juliana Marins: corpo humano pode ficar até 5 dias sem água

O caso da brasileira Juliana Marins, de 24 anos, que morreu após passar quatro dias presa no vulcão Rinjani, na Indonésia, chama atenção para os riscos que o corpo humano enfrenta em situações extremas. Durante esse período, ela esteve exposta ao frio intenso, sem água ou comida — condições que colocam o organismo no limite.

Reprodução/Redes sociais
Caso Juliana Marins: corpo humano pode ficar até 5 dias sem água

Segundo o médico ortopedista com pós-graduação em medicina esportiva, Gustavo Mello, em locais de maiores altitudes, consequentemente terá baixas temperaturas, principalmente à noite. Nesses ambientes, a temperatura corporal, normalmente em torno de 36,5 ºC, pode cair para 35 ºC ou menos. Quando isso ocorre, caracteriza-se um quadro de hipotermia, que pode se instalar rapidamente em temperaturas próximas de 0 ºC. “Em ambientes nessas condições extremas de hipotermia, o corpo só aguenta, no máximo, 10 minutos”, alerta o médico.

No caso de Juliana, além das temperaturas baixas, a jovem enfrentou ventos fortes e estava sem vestimenta adequada, o que intensificou a perda de calor corporal. “Ela deveria estar em condição de vento, além de não estar com as roupas adequadas, ocasionando maior troca de calor, o que significa acelerar o metabolismo e, consequentemente, faria ela resistir menos”, explicou o Gustavo Mello.

Além disso, a falta de água e comida também contribui para o agravamento da situação.

o corpo humano só conseguiria ficar de 2 a 5 dias sem água. Nessas condições, acontece a desidratada e a pessoa começa a apresentar perda de força, alterações cerebrais e renais, podendo levar à perda de consciência

Gustavo Mellomédico do esporte

Com a progressiva redução da ingestão de água, a desidratação, o volume sanguíneo diminui, o que pode evoluir para um colapso. Já em relação à falta de comida, o corpo tem mais resistência. “Dependendo do depósito corporal de gordura do indivíduo, é possível que o corpo fique até semanas sem ingerir alimentos, como já registrado em casos de náufragos que sobreviveram por mais de um mês no mar”, relata.

Em situações extremas, como essa vivida pela brasileira, o ideal seria manter a calma e buscar formas de conservar energia e calor. “Deve-se ficar no local que está perdido para montar estratégias mentais, evitando a ansiedade e o desespero. Para enfrentar o frio, o indicado seria se recolher em posição fetal, evitando que ela perdesse menos calor”, enfatizou o médico Gustavo Mello, que também pratica esportes extremos em montanha, como ultramaratonas em trilha.


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