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Caminhoneiros do Piauí não devem aderir à paralisação nacional, afirma sindicato

Apesar do anúncio de uma paralisação nacional de caminhoneiros a partir desta quinta-feira (04), o movimento não deve ter adesão no Piauí. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Transportadores de Cargas e Logística do Estado do Piauí (Sindicapi), Humberto Lopes, que classificou o ato como iniciativa de um grupo isolado, sem representatividade nacional.

A convocação para a paralisação surgiu após o protocolo de uma pauta de reivindicações em Brasília e tem sido divulgada por grupos independentes em redes sociais. No entanto, entidades representativas, como a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo, já declararam não reconhecer ou apoiar a mobilização. Segundo os organizadores, a greve seria resultado de articulações entre caminhoneiros de diferentes regiões do país, que decidiram iniciar o movimento no dia 4 de dezembro.

No Piauí, entretanto, a movimentação não encontra respaldo da categoria. Humberto Lopes explica que a baixa atividade registrada no setor, neste momento, não tem relação com paralisações deliberadas.

Não está tendo adesão, nem aqui e nem em lugar nenhum. Essa categoria é muito dividida, e no meio dela tem alguns políticos querendo aparecer, mas não existe essa possibilidade

Humberto Lopespresidente do Sindicato dos Transportadores de Cargas e Logística do Estado do Piauí (Sindicapi)

“O que está existindo é falta de carga. A demanda está muito baixa. O motorista está parado porque não tem carga para trazer, mas o que está carregado está viajando normal. Não temos foco de greve em lugar nenhum”, garantiu.

O presidente do Sindicapi também desmentiu vídeos e imagens que circulam nas redes sociais sugerindo bloqueios. “Algumas imagens que estão sendo divulgadas são do passado”, reforçou. Além da ausência de adesão, Humberto destacou que as principais demandas reais dos caminhoneiros atualmente estão relacionadas a infraestrutura e segurança nas estradas.

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Caminhoneiros do Piauí não devem aderir à paralisação nacional, afirma sindicato

“Nós temos a Lei do Motorista, que vem sendo fiscalizada pela PRF, e eles têm sido até flexíveis. Mas o Supremo julgou pontos da lei que nunca foram realmente aplicados, como os locais de descanso. O motorista precisa parar, mas não tem onde. Se ele para, corre risco de ser roubado. Falta segurança”, disse.

Ele acrescentou que, embora o Piauí tenha boas condições rodoviárias, a realidade de estados próximos preocupa. “Aqui somos privilegiados, com cerca de 90% das estradas em boas condições. Mas em muitos lugares, como no Maranhão, o índice de roubo de carga é alto porque não há estrada nem segurança”, completou.

Outra reivindicação apresentada pelo grupo que anunciou a paralisação envolve temas políticos, como pedidos de anistia para envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro. Para o Sindicapi, essa pauta não representa os caminhoneiros. “Esse é um assunto que deve ser discutido por parlamentares. Não é papel de carreteiro”, afirmou Humberto.


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