O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (28), uma suspensão permanente da migração oriunda do que classificou como “países do Terceiro Mundo”. A decisão, divulgada inicialmente em uma postagem nas redes sociais, marca o passo mais radical de sua política migratória desde o início do atual mandato e aprofunda o clima de tensão que já vinha se intensificando após um ataque ocorrido nas proximidades da Casa Branca.
No comunicado, Trump afirmou que a migração teria “erodido ganhos tecnológicos e piorado as condições de vida para muitos americanos”. O presidente prometeu “pausar permanentemente” a entrada de cidadãos de dezenas de países, além de revogar benefícios federais a não cidadãos, reavaliar processos de naturalização e deportar qualquer pessoa considerada “risco, ônus ou incompatível com a civilização ocidental”. Em tom mais duro, ainda declarou que apenas a “migração reversa” seria capaz de “curar a situação”.
O endurecimento ocorre um dia após o governo responsabilizar um afegão por um ataque que matou um soldado e feriu outro próximo à Casa Branca. O episódio levou o presidente a ordenar uma “revisão minuciosa” dos green cards emitidos a cidadãos de 19 nações classificadas como “países de preocupação especial”. A lista inclui Afeganistão, Chade, Cuba, Eritreia, Haiti, Irã, Laos, Líbia, Mianmar, Serra Leoa, Sudão, Venezuela e Iêmen, entre outros.
O diretor dos Serviços de Cidadania e Imigração, Joe Edlow, afirmou, também através de redes sociais, que a medida atinge todos os imigrantes desses países que já possuem residência permanente ou aguardam decisões pendentes. O governo norte-americano já havia suspendido por tempo indeterminado o processamento de pedidos de imigração de cidadãos afegãos, e a nova determinação amplia ainda mais as restrições.
No mesmo cenário, o líder dos EUA autorizou o envio de agentes extras de imigração para grandes cidades, com o objetivo de alcançar “níveis recordes” de deportações. Dados do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) mostram que, até o último dia 15 de novembro, mais de dois terços das cerca de 53 mil pessoas presas pela agência não tinham condenações criminais, o que indica um foco ampliado em imigrantes regulares ou de longa permanência no país.
A escalada retórica de Donald Trump ocorre a menos de um ano das próximas eleições e vem sendo interpretada por analistas como um movimento político calculado para reforçar sua base mais conservadora. Enquanto isso, organizações de direitos humanos e setores moderados do Congresso alertam para o impacto humanitário e diplomático das medidas, que podem atingir famílias inteiras e gerar tensões com países aliados.
Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.