O Congresso do Peru decidiu, na madrugada desta sexta-feira (10), destituir a presidente Dina Boluarte do cargo. A sessão, realizada em Lima, ocorreu após semanas de protestos e acusações de irregularidades envolvendo a chefe de Estado. Ao final da sessão, o presidente do Congresso, José Jerí, anunciou o resultado e assumiu interinamente a liderança do país até as eleições gerais marcadas para abril de 2026.
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Dina Boluarte não compareceu à sessão, embora tenha sido convocada a apresentar sua defesa. Com a saída, ela perde a imunidade e pode responder judicialmente a processos que estavam parados durante seu mandato. As moções apresentadas no Congresso se basearam na acusação de “incapacidade moral permanente”, argumento previsto na Constituição peruana para afastar presidentes.
Cinco pedidos de destituição foram protocolados, e quatro deles foram aprovados por maioria após horas de discussão. Entre as justificativas, parlamentares citaram casos de suposta omissão diante da escalada da violência no país e investigações relacionadas ao chamado “Rolexgate”, escândalo envolvendo relógios e joias de luxo não declaradas pela então presidente.
Outros pontos levantados incluíram a falta de transparência em procedimentos pessoais, como uma rinoplastia realizada em 2023 e não comunicada ao Legislativo, conforme exigido por lei. A soma desses episódios gerou perda de apoio político e isolou Boluarte de antigos aliados, inclusive de partidos de direita que haviam sustentado seu governo.
O afastamento ocorre em meio à pior onda de violência e instabilidade política das últimas décadas no país. Nas últimas semanas, protestos tomaram as ruas de Lima e de outras regiões, motivados pelo aumento de extorsões e assassinatos atribuídos ao crime organizado.
Dina Boluarte havia assumido o cargo em dezembro de 2022, após a destituição de Pedro Castillo, que tentou dissolver o Congresso e foi preso. Desde então, o Peru acumulou seis presidentes em menos de nove anos.
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