O senador de centro-direita Rodrigo Paz foi eleito presidente da Bolívia neste domingo (19), após vencer o segundo turno das eleições contra o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga. Com 97% das urnas apuradas pelo tribunal eleitoral boliviano, Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), obteve 54,5% dos votos, enquanto Quiroga alcançou 45,5%. O novo presidente tomará posse em 8 de novembro.
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A vitória de Rodrigo Paz na Bolívia representa o fim de quase duas décadas de governos do Movimento ao Socialismo (MAS), partido fundado por Evo Morales e que dominou a política boliviana desde 2006. Com um discurso voltado à estabilidade econômica e à manutenção de programas sociais, Paz buscou atrair eleitores moderados, além de parte do eleitorado de esquerda insatisfeito com o atual governo.
Durante a campanha, Rodrigo Paz defendeu uma reforma gradual da economia boliviana, com incentivos fiscais para pequenas empresas, ampliação da autonomia fiscal regional e estímulo ao setor privado. Ele também prometeu revisar elementos do modelo estatal do MAS, mas sem adotar medidas abruptas.
Seu adversário, Jorge Quiroga, propunha cortes mais profundos e a retomada de acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A diferença de abordagem entre os dois candidatos refletiu-se nas urnas, com o eleitorado optando por uma transição mais moderada.
Histórico e trajetória política de Rodrigo Paz
Nascido em 1967, em Santiago de Compostela, na Espanha, Rodrigo Paz é filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989–1993), que governou a Bolívia durante o “Acordo Patriótico”, um pacto político com o então general Hugo Banzer. Exilado com a família durante o período das ditaduras militares, o novo presidente retornou à Bolívia ainda jovem, acompanhando de perto a carreira política do pai.
A trajetória de Rodrigo Paz começou em 2002, quando assumiu uma vaga no Congresso representando o departamento de Tarija. Em 2010, foi eleito vereador e, posteriormente, prefeito da cidade de Tarija. Alguns de seus projetos na administração municipal foram questionados por supostos problemas de execução e superfaturamento, mas o político manteve capital eleitoral suficiente para se projetar nacionalmente.
Nos últimos cinco anos, o novo presidente da Bolívia atuou como senador nacional pela aliança Comunidade Cidadã, liderada pelo ex-presidente Carlos Mesa. Segundo o especialista Hugo Moldiz, o perfil político de Paz foi construído a partir daquela casa legislativa, onde manteve intervenções críticas, porém construtivas, em relação ao governo de Luis Arce.
Em 2019, Rodrigo Paz integrou a Coordenadoria para a Defesa da Democracia, que desempenhou um papel fundamental na crise política da Bolívia. O grupo pressionou ativamente por um segundo turno eleitoral, argumentando a existência de suposta fraude. As acusações apresentadas pela Coordenadoria foram fundamentais para a subsequente anulação das eleições gerais e o subsequente golpe que derrubou o presidente Evo Morales.
Com informações da Agência Brasil
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