O Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos publicou, na última sexta-feira (13), um conjunto de novas fotografias do espólio do financista condenado por abuso sexual Jeffrey Epstein que inclui o presidente Donald Trump, o ex-presidente Bill Clinton e outras figuras de destaque, sem que haja indicação de crime nas imagens divulgadas até o momento. As 19 fotografias liberadas fazem parte de um arquivo substancial entregue ao comitê que, segundo membros democratas, contém dezenas de milhares de imagens e deve ter ainda outras publicações nos próximos dias.
As fotos, que não vêm acompanhadas de legendas ou contexto temporal ou geográfico, mostram Trump em diversas situações com o financista Epstein e outras pessoas, assim como Clinton posando ao lado de Epstein e de Ghislaine Maxwell, antiga associada do criminoso.
A divulgação das imagens ocorre em meio a um processo no qual o Congresso aprovou recentemente uma lei exigindo que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos libere os arquivos relacionados a Epstein até 19 de dezembro de 2025, numa tentativa de ampliar a transparência sobre as relações do financista com figuras públicas.
Entre os elementos divulgados estão também imagens com o estrategista político Steve Bannon ao lado de Epstein, e registros de outras personalidades conhecidas como o bilionário Bill Gates, o empresário Richard Branson e o cineasta Woody Allen. Algumas fotografias mostram itens variados, incluindo até objetos de sátira política, sem sugerir qualquer atividade ilegal ou com menores de idade.
A divulgação gerou reações divergentes no cenário político norte-americano. Democratas que integram o comitê destacaram a importância de publicar as imagens como forma de dar maior transparência às conexões de Epstein com figuras influentes e de responder às demandas de sobreviventes de seus crimes.
O deputado Robert Garcia, principal membro democrata no Comitê de Supervisão, declarou que “essas fotos perturbadoras levantam mais questões sobre as relações de Epstein com alguns dos homens mais poderosos do mundo” e ressaltou a necessidade de liberar todos os arquivos para que o público tenha acesso às informações.
Por outro lado, representantes republicanos e aliados de algumas das pessoas retratadas nas imagens criticaram a divulgação, alegando que a seleção das fotos foi feita de forma seletiva e pode construir narrativas enganosas. Em comunicados, porta-vozes afirmaram que a libertação de apenas uma fração das quase 100 mil imagens disponíveis pode sugerir conclusões indevidas e que muitas pessoas fotografadas mantinham interações sociais ou circunstanciais com Epstein sem qualquer envolvimento em atividades criminosas.
Trump já havia sido fotografado com Epstein em eventos sociais nos anos 1990 e início dos anos 2000, mas também declarou ter se afastado dele antes de acusações formais. Bill Clinton e Bill Gates também não foram acusados de envolvimento em atividades criminosas relacionadas a Epstein, e porta-vozes de ambos esclareceram que encontros ou fotografias com o financista ocorreram em contextos sociais ou de eventos públicos, sem que isso configure implicação em condutas ilegais.
A divulgação das imagens retoma debates sobre a extensão da influência de Epstein e seus círculos e coloca pressão sobre o governo federal para cumprir o prazo legislativo de liberação completa dos arquivos relacionados ao caso. Autoridades investigativas e membros do Congresso afirmam que a liberação total dos materiais pode contribuir para uma compreensão mais abrangente das interações e relações de Epstein com figuras públicas, embora não haja indicação de que as imagens recém-publicadas contenham provas de crime.
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