Aquele inquilino que reside em um imóvel residencial alugado e decidiu sair em busca de uma nova casa ou apartamento, provavelmente vai encontrar preços mais elevados. Isso porque esse novo aluguel está maior que há 12 meses, com valores acima da inflação e alta de até 15% nas principais capitais do país.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Piauí (Creci-PI), Pedro Nogueira Lima, dois fatores contribuiram para essa alta no valor dos novos alugueis residenciais. O primeiro diz respeito à diminuição do interesse pela compra do imóvel próprio - apesar de esse ainda ser o sonho de muitos brasileiros -; o segundo, refere-se ao mercado de compra e venda, que andam alinhados.
“Ou a pessoa compra ou aluga um imóvel. Se o mercado de compra está estabilizado; se a pessoa tem dificuldade de acesso ao crédito, ou se os preços não estão cabendo financeiramente no orçamento, a pessoa coloca o imóvel para alugar. Além disso, existe uma tendência das pessoas deixarem de comprar para alugar. Essa nova geração não tem muito apego aos bens materiais e essa tendência foi acelerada durante a pandemia. Com essa alta, aconselha-se a, quem está em um imóvel alugado, permaneça nele, pois, se você for ao mercado buscar um imóvel semelhante, ele terá um preço maior”, comenta.
Na locação comercial, ocorre o contrário, ou seja, existe uma grande oferta no mercado atual e, com isso, não houve esse aumento como nos imóveis residenciais. Pedro Nogueira Lima cita que há uma dificuldade das empresas se manterem no mercado, fazendo com que muitas saiam do local que estão, com o preço do aluguel mais alto, e busquem novos locais com o aluguel mais em conta, ainda que não seja em um ponto comercial bem localizado, como em avenida ou local com grande fluxo de carros e pessoas.
“Hoje em dia você não precisa mais de vitrine. Muitas empresas trabalham somente com e-commerce ou com divulgação em redes sociais. Antigamente, as pessoas precisavam colocar seus empreendimentos em uma avenida para ser visto e, como não precisam mais disso, o aluguel diminuiu bastante”, disse o presidente do Creci-PI.
Financiar imóveis em cidades circunvizinhas a Teresina torna-se mais vantajoso e atrativo
Com imóveis a preços e condições mais acessíveis que em Teresina, muitas pessoas estão preferindo morar em bairros mais afastados ou em cidades circunvizinhas, como em Altos (PI), Demerval Lobão (PI) e Timon (MA). Foi o que aconteceu com o analista de sistemas, Bruno Barbosa. Após se casar, ele e a família passaram um ano morando de aluguel, no bairro Parque Piauí, zona Sul de Teresina, até conseguirem comprar a tão sonhada casa própria, em Timon, no Maranhão.
“Vimos que não compensava, financeiramente, ficar pagando aluguel, então decidimos financiar um imóvel próprio. Pagávamos R$ 750 de aluguel e, com o financiamento, além da entrada que demos, pagamos o valor de R$ 620 por mês. Aliviou bastante as nossas despesas, sem falar que estamos pagando por algo que é nosso. O problema do aluguel, além do valor, é que o proprietário do imóvel, muitas vezes, deixa de fazer certas melhorias, deixando na conta do inquilino, porém, não é vantajoso investir na reforma de uma casa que não é sua”, comenta.
Segundo o presidente do Creci-PI, Pedro Nogueira Lima, a busca por imóveis nesses municípios tem ocorrido devido ao fluxo de pessoas que não conseguem adquirir imóvel próprio ou pagar o aluguel residencial em Teresina, em decorrência do alto custo. Os valores de imóveis e terrenos nessas cidades são mais acessíveis, tanto para quem vai comprar como para quem vai construir.
Pedro Nogueira Lima destaca também que, em Teresina, há uma grande dificuldade em construir imóveis simples, devido aos trâmites burocráticos de órgãos como a Prefeitura e cartórios. Já nessas cidades circunvizinhas, há uma maior facilidade em conseguir essas autorizações.
“Devido esse processo burocrático, que em Teresina chega a ser de até quatro meses, ao finalizar a construção do imóvel, o empreendedor precisa acrescentar esse ônus no valor final da casa. Afinal, esse empreendedor está com seu capital parado há muitos meses, com trabalhadores sendo pagos e esse valor, infelizmente, é repassado para o consumidor final”, disse.
As pessoas que preferem morar em Teresina, de acordo com o presidente do Creci-PI, optam por pagar mais caro devido à comodidade de ficarem mais próximos do local de trabalho, da escola dos filhos, entre outros benefícios e estruturas presentes na capital. Contudo, essa realidade tem mudado.
“Os consumidores têm colocado a qualidade de vida na balança, então eles preferem morar em uma cidade mais tranquila, ainda que tenham maior gasto com deslocamento ou fiquem mais distantes desses serviços que ele tem na capital. O custo de vida em Teresina é alto, quando comparado com as cidades circunvizinhas, então acaba sendo a mesma coisa ou até mais barato morar um pouco mais distante”, complementa Pedro Nogueira Lima
Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.