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Trump retira tarifa de 40% e alivia exportações agrícolas do Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ampliou nesta quinta-feira (20), a lista de isenções da tarifa de 40% para incluir mais produtos agrícolas do Brasil, em meio aos avanços nas negociações entre os dois países. Na prática, a decisão retira a sobretaxa de itens importantes para o setor exportador do País, como o café e a carne bovina.

Na ordem executiva divulgada pela Casa Branca, Trump cita a conversa telefônica que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 3 de outubro, na qual os dois líderes concordaram em abrir as discussões sobre o tarifaço. Desde então, os progressos nas negociações eliminaram a necessidade de tarifar algumas importações agrícolas, de acordo com ele.

© Ricardo Stuckert/PR
EUA retiram tarifa de 40% e aliviam exportações agrícolas do Brasil

A medida é retroativa, o que significa que estarão isentas todas as mercadorias retiradas de armazéns para consumo a partir de 12h01 (horário de Nova York) de 13 de novembro. "Na medida em que a implementação desta ordem exigir restituição de tarifas cobradas, os reembolsos serão processados de acordo com a legislação aplicável e os procedimentos padrão da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (U.S. Customs and Border Protection) para tais restituições", diz a ordem.

A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) avaliou como "muito positiva" a decisão dos Estados Unidos de eliminar a tarifa de 40% sobre uma série de produtos agrícolas brasileiros.

"A medida representa um avanço importante rumo à normalização do comércio bilateral, com efeitos imediatos para a competitividade das empresas brasileiras envolvidas e sinaliza um resultado concreto do diálogo em alto nível entre os dois países", diz a Amcham.

A entidade diz que é necessário intensificar o diálogo entre o Brasil e os Estados Unidos para que seja estendida a eliminação das tarifas aos demais produtos ainda impactados, em especial, os bens industriais.

O que diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, classificou na quinta-feira (20), a retirada, pelo governo dos Estados Unidos, da sobretaxa de 40% aplicada a alguns produtos brasileiros, como uma "vitória do diálogo, da diplomacia e do bom senso". Segundo Lula, a decisão foi um "passo na direção certa", mas é preciso "avançar ainda mais".

"O diálogo franco que mantive com o presidente Trump e a atuação de nossas equipes de negociação, formada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad e Mauro Vieira pelo lado brasileiro, possibilitaram avanços importantes", anotou o presidente da República.

Lula destacou que o governo seguirá no diálogo com Trump "tendo como norte nossa soberania e o interesse dos trabalhadores, da agricultura e da indústria brasileira".

Em vídeo, o chefe do Executivo frisou que a decisão dos EUA é "muito importante para a relação civilizada que tem que ter entre Brasil e Estados Unidos". "Eu acho que Trump deu bom sinal, então precisamos estar preparados. Porque ele está convidado para vir no Brasil, quando ele quiser, e eu espero ser convidado para ir a Washington para a gente poder zerar qualquer celeuma comercial política entre Brasil e EUA", pontuou.

A gravação foi feita ao lado do ministro da Fazenda Fernando Haddad e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Este último afirmou que depois da conversa entre Lula e Trump "abriu uma avenida de entendimento".

Ainda de acordo com Alckmin, os avanços significam emprego, desenvolvimento e mais comércio exterior. Já Haddad disse acreditar que "vai prevalecer o bom senso" porque Lula é um "homem do diálogo".

Lula ainda chegou a se dirigir a Trump no vídeo, dizendo que só agradeceria o presidente dos EUA parcialmente. "Porque eu vou agradecer totalmente quanto tiver tudo acordado entre nós", afirmou. "Agora eu queria dizer uma coisa, presidente: se em apenas duas conversas já chegamos ao que chegamos acho que com três, quatro conversas iremos fazer com que Brasil e EUA vivam em harmonia politicamente e comercialmente. Obrigado pela decisão", completou.


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