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Terra tem uma nova lua? Saiba o que é o 2025 PN7

 Detectado recentemente por telescópios no Havaí, o 2025 PN7 parece acompanhar a Terra em seu movimento ao redor do Sol há cerca de seis décadas e, segundo os cálculos, deve continuar nessa trajetória até pelo menos 2083. A descoberta, publicada no periódico Research Notes of the AAS, reacendeu o debate sobre as chamadas “quase-luas”, objetos que se movem em sincronia com o planeta, mas não são seus satélites naturais.

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Terra tem uma nova lua? Saiba o que é o 2025 PN7

De acordo com os pesquisadores, o 2025 PN7 pertence à classe dos Arjunas, grupo de corpos celestes com órbitas muito semelhantes à da Terra, com baixa inclinação e excentricidade, e períodos orbitais de aproximadamente um ano. Essa configuração permite que alguns deles fiquem temporariamente “presos” em uma ressonância 1:1 com o planeta, o que significa que ambos completam uma volta ao Sol no mesmo tempo.

“O termo quase-lua é um pouco impreciso, porque dá a impressão de ser vinculado à nossa Lua. O termo quase-satélite é mais amplo”, explicou o Dr. Gustavo Madeira, pesquisador do Observatório Nacional, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI/ON).

Atualmente, há seis quase-luas conhecidas além desta. Rastrear esses corpos celestes é importante para entender a dinâmica orbital do sistema Terra-Lua e a montar estratégias de defesa contra asteroides. 

A captura e permanência de objetos em ressonâncias 1:1 é relativamente comum no Sistema Solar. O caso mais conhecido é o dos troianos, uma classe de corpos que permanecem confinados em órbitas do tipo “girino”, acompanhando o movimento dos planetas. Os mais numerosos são os troianos de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, que por ser também o mais massivo, possui maior capacidade de confinar objetos menores.

O artigo da descoberta mostra como a distância angular desse objeto em relação a Terra muda com o tempo, quando esse ângulo varia em torno de zero, significa que o objeto se tornou um quase-satélite; ele se tornou um quase-satélite há 60 anos e deixaria de ser dentro de 100 anos, mais ou menos. Ou seja, esse objeto será um quase-satélite por um tempo limitado.

Diferença entre satélite e quase-satélite

Os quase-satélites terrestres pertencem, de maneira mais ampla, à classe dos Near-Earth Objects (NEOs), que são corpos que orbitam o Sol com distância periélica – o ponto mais próximo ao Sol – menor que 1,3 unidade astronômica (UA). Isso significa que se encontram próximos da órbita terrestre, sofrendo forte influência do campo gravitacional da Terra. Uma UA corresponde a quase 150 milhões de quilômetros e é a distância média da Terra ao Sol. 

Já um satélite corresponde a um objeto que orbita um planeta, como é o caso da Lua que orbita a Terra. Os quase-satélites, por sua vez, podem ser considerados objetos de órbita “híbrida”: orbitam o Sol, mas mantendo um arranjo condicionado pelo movimento do planeta – em outras palavras, orbitam o Sol acompanhando o movimento planetário.

Com informações do Observatório Nacional.


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