Quem olhar para o céu na noite desta quarta-feira (5) poderá observar a superlua, fenômeno que deve ser visível em todo o Brasil e também em outros países. O evento astronômico ocorre quando a Lua cheia se encontra a menos de 360 mil quilômetros da Terra, fazendo com que o satélite aparente ser maior e mais brilhante que o habitual.
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De acordo com a astrônoma do Observatório Nacional (ON/MCTI), Dra. Josina Nascimento, gestora da Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência (DICOP/ON), o termo “superlua” não possui fundamentação científica. A expressão foi criada em 1979 pelo astrólogo Richard Nolle, na revista Dell Horoscope (hoje extinta). Nolle definiu que o adjetivo “super” se aplicaria a uma lua cheia que ocorresse no perigeu ou a até 90% de proximidade desse ponto. No entanto, essa escolha de 90% é arbitrária e não tem base científica reconhecida.
Por se tratar de um termo sem base científica, existe divergência entre instituições astronômicas sobre o que configura uma superlua. A União Astronômica Internacional, órgão responsável pela nomenclatura astronômica, não estabelece um critério oficial para determinar a proximidade do perigeu necessária para que uma Lua cheia seja considerada “super”. Por isso, a classificação pode variar conforme a fonte consultada.
Superluas x luas cheias
Alguns especialistas utilizam o termo “superlua” para se referir às luas cheias ou novas que ocorrem quando o satélite está a 360 mil quilômetros ou menos da Terra. Outros consideram que a expressão se aplica quando a fase cheia ou nova acontece em um curto intervalo de tempo em relação ao perigeu, ponto da órbita em que a Lua se aproxima mais do planeta.
Apesar dessas divergências, o conceito de “superlua” acabou se tornando popular e foi incorporado pela comunidade científica como uma forma de aproximar a astronomia do público. Ainda segundo Josina, a “superlua” é reconhecida apenas quando ocorre durante a fase cheia, mas sempre que a Lua percorre sua órbita em torno da Terra, completando seu ciclo de fases, em algum momento ela estará no perigeu. Só que isto ocorre em outras fases da Lua. Assim, em tese, toda lunação pode ter sua “superlua”.
A variação na aparência da Lua se deve à sua órbita elíptica, e não circular. Ao longo desse percurso, o satélite ora se aproxima, ora se afasta da Terra, fazendo com que a distância entre os dois corpos varie de forma contínua e cíclica. O ponto de maior proximidade é chamado de perigeu, enquanto o ponto mais distante recebe o nome de apogeu.
Lua Cheia
- É uma fase da Lua.
- Acontece quando a Lua está totalmente iluminada pelo Sol, ou seja, quando a Terra está entre o Sol e a Lua.
- Isso ocorre aproximadamente uma vez por mês (a cada 29,5 dias).
- Toda Lua Cheia tem o mesmo formato, um disco completamente iluminado, mas o tamanho aparente pode variar um pouco dependendo da distância da Lua à Terra.
Superlua
- É um tipo especial de Lua Cheia.
- Acontece quando a Lua Cheia coincide com o perigeu, o ponto da órbita em que a Lua está mais próxima da Terra.
- Por causa disso, a Lua parece até 14% maior e 30% mais brilhante do que uma Lua Cheia comum.
- Em outras palavras: toda superlua é uma Lua Cheia, mas nem toda Lua Cheia é uma superlua.
Como observar a superlua
Segundo o Observatório Nacional, todas as Luas cheias - incluindo as superluas - nascem no horizonte leste por volta do pôr do Sol e permanecem visíveis durante toda a noite, desaparecendo no horizonte oeste ao amanhecer.
A observação da superlua é favorecida em locais com baixa poluição luminosa e visão ampla do horizonte. O ideal é observar o fenômeno nas primeiras horas da noite, quando a Lua está próxima do horizonte e o contraste com o ambiente proporciona uma impressão ainda mais marcante. As condições climáticas também podem influenciar a visibilidade do fenômeno.
Superluas em 2025
Dependendo do critério para determinar o que é uma “superlua”, neste fim de ano, pode-se dizer que teremos duas superluas.
Se o critério adotado for de uma Lua cheia em 90% de proximidade com o perigeu, teremos duas “superluas” até o fim de 2025: em 5 de novembro e em 4 de dezembro. Da mesma forma, essas ainda serão consideradas superluas se o critério adotado for de uma Lua cheia ocorrendo à distância menor ou igual a 360 mil km da Terra. Afinal, em 5 de novembro a lua estará a uma distância de 356.980 km e em 04 de dezembro a uma distância de 357.219 km.
No entanto, se o critério for quando a diferença entre a Lua cheia e o perigeu é menor ou igual a 12 horas, somente a “superlua” de 05 de novembro será “autêntica” (diferença de 09 horas e 10 minutos).
Com informações do Observatório Nacional.
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