Portal O Dia

Selo postal: Brasil celebra 182 anos do primeiro exemplar, revelando riquezas culturais

Há 182 anos, o Brasil lançava seu primeiro selo postal. No dia 1º de agosto de 1843, foi emitido o Olho-de-boi, como ficou conhecido o primeiro modelo brasileiro de selo, cujo nome se deve à semelhança com o olho do animal. O Brasil foi o segundo país do mundo a adotar esse sistema, baseado na cobrança antecipada da taxa por meio do selo e no cálculo do valor conforme o peso da correspondência, uma medida que regularizou o sistema postal no país.

A inspiração veio da Europa, ainda no século XIX, a partir de um modelo criado na Inglaterra para padronizar o pagamento dos serviços postais. Até então, o custo do envio era pago pelo destinatário. Por volta de 1840, o britânico Rowland Hill idealizou uma solução mais eficiente: o pagamento seria feito pelo remetente no momento da postagem, usando um selo adesivo como comprovante.

Assis Fernandes/ODIA
O Brasil foi o segundo país do mundo a adotar esse sistema, baseado na cobrança antecipada da taxa por meio do selo e no cálculo do valor conforme o peso da correspondência

Assim surgiu o Penny Black, o primeiro selo postal do mundo. Todo preto, tinha o valor de um penny, a moeda vigente na época, e estampava a efígie da Rainha Vitória aos 15 anos, na época de sua coroação. Considerado um item raro, hoje há apenas um exemplar conhecido, avaliado em cerca de R$ 46 milhões, tornando-se o selo mais caro do mundo.

No Brasil, a introdução dos selos está profundamente ligada à Revolução Industrial e à expansão da alfabetização. “O selo teve um papel importante na popularização da alfabetização em massa, ao estimular o envio de correspondências e a comunicação entre os cidadãos. Hoje não temos tantas cartas como antigamente, por conta da tecnologia, mas o uso de selos ainda está presente em cartas simples e em correspondências institucionais, como as enviadas por conselhos regionais”, explica Marcos José Santos, coordenador de comunicação dos Correios.

Atualmente, a maior demanda por selos nos Correios está relacionada à filatelia, o estudo e o colecionismo de selos postais e materiais correlatos. “Muitas pessoas têm verdadeira paixão por colecionar selos. Na Agência Central dos Correios, localizada no Centro de Teresina, são vendidos aproximadamente 600 selos por mês. Desses, cerca de 40% são adquiridos por filatelistas”, revela Marcos.

Assis Fernandes/ODIA
Marcos José Santos, coordenador de comunicação dos Correios

A agência, inclusive, possui um espaço dedicado aos filatelistas, onde colecionadores se reúnem para trocar experiências, expor suas coleções e adquirir novos exemplares. Os selos abordam diversas temáticas, como cultura, personalidades, cidades, flora, fauna e profissões, tornando-se importantes instrumentos de divulgação da diversidade cultural e histórica.

“Tem filatelista que coleciona selos em geral, mas há também os que seguem estilos específicos, como plantas, animais, profissões, cidades, entre outros”, conta o coordenador.

O Piauí também tem sua representação nos selos postais. Em 2011, foram lançadas 12 peças retratando os principais pontos turísticos do estado, como a Ponte Metálica, o Delta do Parnaíba, o Porto das Barcas, a Arte Santeira, o Monumento à Batalha do Jenipapo, entre outros ícones da paisagem, da cultura, da arquitetura e da riqueza mineral da região.

Para saber quantos selos são necessários em uma correspondência, o primeiro passo é verificar o peso do envelope. A partir disso, soma-se o valor dos selos até atingir o preço estimado. “Se o porte da carta custa R$ 10, serão colados selos até atingir esse valor. Alguns custam apenas centavos, outros podem custar alguns reais”, conclui Marcos Santos.

Assis Fernandes/ODIA
O Piauí também tem sua representação nos selos postais.

Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.