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Empregadores em 'lista suja' do trabalho escravizado podem perder direito de se candidatar

Um novo projeto de lei pode tornar inelegíveis os empregadores que tiverem seus nomes incluídos no Cadastro de Empregadores que submetem trabalhadores a condições análogas à escravidão, conhecido como "lista suja do trabalho escravizado". A proposta, apresentada pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), tramita no Senado Federal e pretende modificar a Lei das Inelegibilidades.

Divulgação/MTE
Empregadores em 'lista suja' do trabalho escravizado podem perder direito de se candidatar.

Atualmente, a legislação impede a candidatura de quem tenha sido condenado por decisão judicial transitada em julgado ou por órgão colegiado pelo crime de reduzir pessoas a condições análogas à escravidão. O senador argumenta que a restrição deveria ocorrer já no momento da inclusão do nome do empregador na lista, sem a necessidade de esperar a condenação definitiva.

“Até chegar a este ponto [a condenação], mesmo estando arrolados no Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão, a chamada 'lista suja' do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), continuam podendo concorrer a cargos eletivos e serem eleitos”, defende Kajuru no texto do projeto.

O parlamentar reforça que impedir a candidatura de quem consta na lista é uma medida essencial para proteger a sociedade, não há justificativa plausível para que aquele ali incluído possa disputar cargos eletivos e pretender ser um representante da sociedade que ele mesmo afronta e fere ", argumenta.

A "lista suja" é considerada uma ferramenta fundamental no combate ao trabalho escravo no Brasil. Além de servir como base para sanções, o cadastro também é utilizado por instituições financeiras para restringir negócios com empresas envolvidas em irregularidades, e empregadores listados são impedidos de participar de licitações públicas.

Atualmente, o Ministério do Trabalho e Emprego mantém 710 empregadores na "lista suja", todos responsabilizados por explorar trabalhadores em condições degradantes. Caso o projeto seja aprovado, essas pessoas não poderão disputar eleições enquanto seus nomes permanecerem no cadastro.


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