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Dólar bate recorde e atinge R$ 6; entenda relação com proposta de corte de gastos no Brasil

O dólar alcançou a marca histórica de R$ 6 nesta quinta-feira (28), um reflexo da reação do mercado às propostas de corte de gastos e à isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. As medidas foram detalhadas em coletiva de imprensa com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; do Planejamento, Simone Tebet; e da Casa Civil, Rui Costa, na noite de ontem. 

Walter Campanato/Agência Brasil
Dólar bate recorde e atinge R$ 6 após anúncio de corte de gastos

O dólar subia 1,18% às 15h10, cotado a R$ 5,98, com uma máxima de R$ 6,00 durante o dia. Isso reflete um aumento acumulado de 1,70% na semana, 2,27% no mês e 21,84% no ano.

Já o Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, caía 1,34%, ficando aos 125.957 pontos. O índice acumula perdas de 1,12% na semana, 1,57% no mês e 4,85% no ano.

Pacote de cortes e isenção do IR

O governo anunciou um corte de R$ 70 bilhões em gastos entre 2025 e 2026, incluindo limitações no aumento do salário mínimo e mudanças no abono salarial. Em troca, será criada uma isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês, o que aumenta o limite atual de R$ 2.824.

Embora os cortes tenham gerado expectativas positivas, a isenção do IR levantou preocupações, pois pode custar R$ 40 bilhões por ano ao governo, o que poderia anular o efeito dos cortes.

O ministro Fernando Haddad afirmou que o impacto será de R$ 35 bilhões, mas que será compensado com novos impostos para os mais ricos, como uma alíquota de até 10% para quem ganha mais de R$ 600 mil por ano.

Valter Campanato/Agência Brasil
Fernando Haddad, ministro da Fazenda do governo Lula (PT)

Mercado reage com cautela

O mercado está cauteloso devido às dúvidas sobre a eficácia das medidas e se o governo conseguirá manter o equilíbrio fiscal. Investidores querem ver como o governo vai combinar os cortes com o aumento de receitas para garantir a saúde financeira do país.

O dólar forte e a queda do Ibovespa mostram que há desconfiança sobre como o governo vai financiar as propostas e lidar com a dívida pública no futuro.

O governo agora precisa encontrar uma forma de promover justiça social sem prejudicar a credibilidade fiscal do país. O próximo passo será mostrar como equilibrar os cortes e a arrecadação para garantir o crescimento econômico e conquistar a confiança dos investidores.


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