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Dia Nacional dos Solteiros: viver sem parceiro é uma escolha consciente; entenda os motivos

O conceito do “paradoxo da escolha”, do filósofo Barry Schwartz, aponta que, diante de muitas opções, as decisões se tornam mais difíceis e carregadas de insegurança. No contexto dos relacionamentos, essa percepção se conecta a um cenário cada vez mais comum - o de pessoas que optam conscientemente por permanecer solteiras.

O Dia Nacional dos Solteiros é celebrado nesta sexta-feira (14), mais do que uma data simbólica, a ocasião reflete uma mudança de comportamento na sociedade, marcada pela valorização da independência, do autoconhecimento e de relações saudáveis, mesmo que isso signifique viver sem um parceiro.

Reprodução/Freepik
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De acordo com a psicóloga Karla Castro, a decisão de permanecer solteiro pode estar ligada tanto à maturidade quanto à dificuldade de se comprometer. “Depende muito do que sustenta essa seletividade. Quando é fruto de autoconhecimento, clareza sobre valores, a gente pode dizer que é maturidade, porque a pessoa sabe o que quer. Mas, quando essa seletividade é usada para evitar intimidade, pode indicar um medo de compromisso”, afirmou.

A especialista reforça que o desafio está em diferenciar critérios saudáveis de expectativas irreais. Segundo ela, quando a escolha é consciente, fortalece autoestima e autonomia. Por outro lado, se motivada por feridas não curadas, pode levar ao isolamento. “Nesses casos, apoio terapêutico é essencial para distinguir amor-próprio de padrões prejudiciais e proteção de sabotagem”, completou.

Mariana Ribeiro, 32 anos, afirma que se enquadra no grupo de pessoas que optam pela vida sem parceiro. Ela conta que já esteve em relações longas, mas que, no momento, não sente necessidade de buscar um relacionamento serio. “Meu foco hoje é minha carreira e minha vida pessoal. Se um relacionamento vier, será de forma natural e saudável. Já tive relacionamentos em que percebi que estava abrindo mão de coisas importantes para mim. Hoje, quero que qualquer relação seja um complemento, e não algo que substitua meus objetivos”, disse.

Para ela, o Dia dos Solteiros é também uma oportunidade de reflexão. “Não vejo essa data como algo para comemorar ou criticar, mas como um momento de lembrar que estar sozinho não é sinônimo de estar incompleto. É sobre viver de acordo com o que faz sentido para cada pessoa”, afirmou.

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A influência das redes sociais

Entre os fatores que moldam a decisão de viver sem parceiro, as redes sociais têm papel relevante. Karla aponta que a lógica de aplicativos de relacionamento estimula a sensação de descartabilidade. “As redes sociais contribuem, sim, pra essa sensação de descartabilidade, porque a lógica dos aplicativos de relacionamento funciona de uma forma muito parecida com o ‘marketplace do Facebook’. Tem muita opção, a interação é rápida, o ‘match’ tá a um dedo de distância”, destacou.

A psicóloga ressalta ainda que a exposição constante a imagens de “vidas perfeitas” pode gerar comparações irreais e fazer com que algumas pessoas acreditem que sempre exista alguém melhor, dificultando a construção de vínculos consistentes. “Isso pode reforçar comportamentos muito superficiais e diminuir a paciência das pessoas em construir conexões reais, conexões mais profundas”, destaca a psicóloga.

Celibato voluntário e a escolha consciente

Entre aqueles que celebram o Dia dos Solteiros, há quem opte pelo celibato voluntário - a decisão de não se envolver sexual ou romanticamente por um período definido ou de forma permanente. Para Karla Castro, é fundamental diferenciar essa decisão de situações de solidão indesejada. “O ponto chave é que no celibato a pessoa sente a autonomia e satisfação, a ausência de parceiro não é um acaso, é um espaço para florescer. Já a solidão não desejada traz uma sensação de isolamento, de vazio emocional e existencial”, declarou.

No contexto do Dia dos Solteiros, há quem escolha o celibato voluntário, definido como a decisão consciente de não se envolver sexual ou romanticamente por um período determinado ou de forma permanente. Para Karla, trata-se de uma escolha baseada em valores e prioridades pessoais, diferente da solidão não desejada, que provoca sofrimento.

“O ponto chave é que no celibato a pessoa sente a autonomia e satisfação, a ausência de parceiro não é um vazio, é um espaço para florescer. Enquanto na solidão não desejada existe frustração e desconforto”, finalizou.

O ponto chave é que no celibato a pessoa sente a autonomia e satisfação, a ausência de parceiro não é um vazio, é um espaço para florescer. Enquanto na solidão não desejada existe frustração e desconforto

Karla CastroPsicóloga

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