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Condenados não poderão lucrar com obras sobre crimes cometidos; entenda

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que estabelece que condenados não podem lucrar com crimes cometidos, mesmo quando esses delitos são retratados em livros, filmes, séries, documentários ou entrevistas. A proposta busca impedir que pessoas condenadas pela Justiça obtenham ganhos financeiros a partir da exploração de suas próprias infrações penais.

Divulgação/ Prime Video
Condenados não poderão lucrar com obras sobre crimes cometidos; entenda

A medida foi aprovada em caráter conclusivo e, caso não haja recurso para análise em plenário, seguirá diretamente para o Senado Federal. O tema tem ganhado destaque no debate público diante do crescimento de produções audiovisuais e editoriais baseadas em crimes reais.

O texto aprovado é um substitutivo da relatora, deputada Bia Kicis (PL-DF), ao Projeto de Lei 5912/23 do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ). A proposta original sugeria alterar o Código Penal. No entanto, a relatora optou por inserir a vedação na Lei de Direitos Autorais, argumentando que a restrição trata de um limite à exploração econômica de obra intelectual, e não apenas de um efeito da sentença penal.

Segundo Bia Kicis, a medida é fundamental para preservar a moralidade pública. “É necessário fortalecer o arcabouço jurídico pátrio para impedir que criminosos lucrem com a exploração de seus delitos em obras intelectuais”, afirmou a relatora em seu parecer.

Reparação às vítimas

Pelo novo texto, caso o condenado receba qualquer pagamento por obras que narrem o crime, a vítima ou seus herdeiros terão o direito de requerer, em processo cível, a totalidade desses valores, além de indenização por danos morais. Essa cobrança poderá ser feita independentemente de outras reparações já pagas.

Caso Richthofen

Na justificativa do projeto original, o autor citou o lançamento dos filmes sobre o caso Richthofen (“A Menina Que Matou os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”) como exemplos de obras que geraram preocupação sobre a possibilidade de os condenados auferirem lucros com a notoriedade de atos brutais. O objetivo da lei é evitar que a venda da história para produtores ou editores se torne um negócio lucrativo para o infrator.

Com informações da Agência Câmara de Notícias


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