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Bolsonaro pede a Moraes autorização para ir a hospital após sessões de julgamento no STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta segunda-feira, 8, ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para realizar um procedimento médico em Brasília no próximo domingo, 14, dois dias após a última sessão prevista do julgamento da ação penal do golpe, na qual é réu.

Ascom
Bolsonaro pede a Moraes autorização para ir a hospital após sessões de julgamento no STF

No requerimento encaminhado a Moraes, relator do caso, a defesa solicita permissão para que Bolsonaro se desloque até o Hospital DF Star, onde deverá passar por procedimentos descritos como "exérese e sutura de hemangioma, linfangioma ou nevus" (retirada de pequenas lesões ou manchas de pele).

O julgamento será retomado nesta terça-feira, 9, às 9h, na Primeira Turma do STF, com a leitura do voto de Alexandre de Moraes. A expectativa é de que a análise se estenda até a sexta-feira, 12, quando deve ser fixada a dosimetria das penas - em caso de condenação.

Na média, STF deve fixar penas entre 25 e 30 anos

Com a condenação dos réus do principal núcleo da trama golpista alinhavada, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) terá como principal desafio na próxima semana o cálculo das penas. Em caráter reservado, ministros do colegiado apostam que a opção será o meio do caminho entre a expectativa da Procuradoria-Geral da República (PGR) e o pedido das defesas. A expectativa é de que punições fiquem entre 25 e 30 anos de prisão.

O chefe da PGR, Paulo Gonet, defendeu a condenação dos oito réus - entre eles, Jair Bolsonaro - por cinco crimes. Se somadas as penas máximas previstas, a punição total seria superior a 40 anos de prisão para cada condenado. Por outro lado, advogados dos réus defenderam no STF teses com potencial para diminuir esse patamar para pouco mais de 10 anos de prisão.

Integrantes da 1ª Turma acreditam que a pena final dos réus será fixada no meio do caminho entre o que querem as defesas e a acusação, com tendência de aproximação maior do pedido da PGR. A solução para aplicar penas inferiores às máximas previstas em lei pode estar na fusão entre crimes. Os réus foram acusados de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e organização criminosa armada.

Segundo os advogados, para fins de cálculo das penas em caso de condenação, os dois primeiros crimes deveriam ser punidos apenas uma vez, porque se referem a uma mesma prática. O mesmo procedimento deveria ser adotado, ainda de acordo com as defesas, para os crimes referentes ao patrimônio público. Em relação ao último crime, não há pedido de fusão com outros.

A calibragem das penas passou a ser discutida com maior intensidade à medida que o Congresso passou a articular a anistia para condenados. As penas menores podem ser levadas em consideração para parlamentares enterrarem o projeto - ao menos no que diz respeito ao perdão de quem tramou a ruptura democrática.

Alguns ministros são simpáticos à sugestão dos advogados - especialmente Luiz Fux, que declarou apoio a ela no julgamento que resultou na abertura da ação penal contra os oito réus, em fevereiro. Além de Fux, outros integrantes da 1.ª Turma estariam inclinados a lançar mão do raciocínio para fixar penas em patamares menores ao que quer a PGR. Os advogados esperam que ao menos Cristiano Zanin vote assim. Isso porque, em outros julgamentos sobre a trama golpista, defendeu penas menores do que as defendidas pelo relator, Alexandre de Moraes.

Após serem proferidos os votos dos ministros, a 1ª Turma passará à dosimetria das penas, que é o cálculo da punição de cada um dos condenados. Nessa parte da sessão, é realizada uma nova votação com a pena defendida por cada ministro. Se não houver consenso, é elaborado o chamado voto médio, em que se discute um meio-termo entre os votos.


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