A passagem de um tornado de grande intensidade devastou Rio Bonito do Iguaçu, na região Centro-Sul do Paraná, na noite de sexta-feira (7), e provocou a suspensão da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no município. A decisão foi anunciada neste sábado (8) pela Secretaria de Estado da Educação, após confirmação de que as duas escolas estaduais da cidade tiveram a infraestrutura gravemente comprometida.
Com cerca de 14 mil habitantes e localizada a 400 km de Curitiba, capital do Paraná, Rio Bonito do Iguaçu foi a cidade mais atingida pela série de tempestades que afetou o estado nos últimos dias. Dados da Defesa Civil apontam que até 90% da área urbana sofreu algum tipo de dano. O fenômeno deixou cinco mortos, 125 feridos e mais de mil pessoas desalojadas. Cerca de 10 mil moradores, o equivalente a 77% da população, foram diretamente impactados.
O secretário de Educação do Paraná, Roni Miranda, informou que conversou com o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, que se colocou à disposição para auxiliar os estudantes e definir uma nova data para a realização do exame na cidade.
A suspensão segue o protocolo do Inep para eventos climáticos severos. O primeiro dia de provas do Enem ocorre neste domingo (9) em todo o país e o segundo está previsto para o domingo seguinte, 16 de novembro. Segundo o Inep, o Paraná conta com 195.870 inscritos confirmados no exame e, até o momento, não há informações sobre suspensão em outros municípios atingidos, como Guarapuava.
O edital do Enem prevê que participantes impedidos de comparecer à prova por problemas climáticos ou de infraestrutura têm direito a solicitar a reaplicação do exame.
Força Nacional do SUS é enviada à cidade
Diante da destruição, o Ministério da Saúde enviou, neste sábado (8), uma equipe da Força Nacional do SUS a Rio Bonito do Iguaçu para prestar assistência emergencial e apoiar a reativação da rede de saúde local. O grupo é composto por cinco profissionais especializados, incluindo um médico sanitarista, um enfermeiro, um analista de incidentes e reconstrução assistencial, um especialista em saúde mental em desastres e um analista de recursos logísticos.
O secretário executivo do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, integra a comitiva do governo federal que se deslocou ao Paraná para coordenar ações conjuntas com o governo estadual e a Defesa Civil Nacional. Entre as primeiras medidas estão a triagem e estabilização de feridos, reorganização dos fluxos de atendimento e avaliação de riscos sanitários, como o controle da qualidade da água e manejo de resíduos.
Devido ao colapso parcial do fornecimento de energia elétrica e do abastecimento, os atendimentos de urgência foram remanejados para o Hospital Regional de Laranjeiras do Sul, que passou a atuar como referência provisória para a região. Unidades de saúde da zona rural permanecem parcialmente inoperantes, com escassez de medicamentos e vacinas.
“Chegamos ao Paraná com a missão de cuidar, reconstruir e trazer afeto à população que mais precisa neste momento. Nossa prioridade é garantir que cada pessoa atingida receba atenção em saúde, escuta e acolhimento”, afirmou o coordenador da Força Nacional do SUS, Rodrigo Stabeli, em nota.
De acordo com o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), o Paraná registrou 55 municípios afetados pelas tempestades, com mais de 31 mil pessoas impactadas. Rio Bonito do Iguaçu, no entanto, concentra o cenário mais grave, com destruição em larga escala e serviços públicos essenciais paralisados.
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