Autoescola Jockey dá dicas de como perder o medo de dirigir

Sentar ao volante é, para muitos, um grande desafio. O medo de dirigir, conhecido clinicamente como amaxofobia, afeta principalmente mulheres, mas também atinge homens de diferentes idades e perfis. A psicóloga e especialista em trânsito Márcia Matos, que atua na área há 19 anos e é parceira da Autoescola Jockey, explica que superar essa barreira exige preparo emocional, acolhimento e uma prática consciente.

“Dirigir não é apenas uma questão técnica, é também uma questão emocional. O trânsito envolve vidas, ética e equilíbrio. Quando o condutor encara o ato de dirigir de forma ansiosa, sem segurança, isso pode gerar comportamentos hostis e acidentes. Por isso, é essencial trabalhar a mente antes e durante a aprendizagem”, afirma Márcia.

A origem do medo

De acordo com a especialista, a insegurança pode estar ligada a experiências negativas anteriores, traumas, pressão familiar ou até à forma inadequada como o ensino foi conduzido. “Muitos chegam às aulas carregando histórias de vida difíceis. Se o instrutor não tiver sensibilidade, se não souber lidar com esse aluno, ele reforça o medo ao invés de ajudar. Por isso, é fundamental que as autoescolas tenham uma gestão humanizada e ofereçam apoio psicológico também aos instrutores”, reforça.

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A psicóloga ainda lembra que a pressa no trânsito e a convivência com motoristas imprudentes alimentam a insegurança de quem está começando. “A sociedade mudou, as ruas estão mais cheias e todos têm pressa. Isso pressiona ainda mais os motoristas iniciantes. Mas é preciso aprender a respeitar o tempo do outro e conduzir com tranquilidade”, diz.

Técnicas para vencer o medo

Segundo Márcia Matos, superar a insegurança e o medo no volante é parte de um processo gradual. Ela indica algumas técnicas que podem ajudar o motorista a ter um relacionamento melhor com o trânsito:

• Exposição progressiva: começar com pequenos trajetos em horários mais tranquilos e aumentar a dificuldade aos poucos;

• Respiração e autocontrole: antes de ligar o carro, o condutor pode fazer exercícios de respiração profunda para reduzir a ansiedade;

• Simulações acompanhadas: treinar em locais seguros, com apoio de instrutores preparados para lidar com a insegurança;

• Reforço positivo: reconhecer cada conquista, mesmo que pareça pequena, ajuda a fortalecer a autoconfiança;

• Autoanálise: refletir sobre as situações que lhe despertam mais medo e aprender a lidar com elas de forma prática e consciente.

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A importância do apoio especializado

Márcia, que também é autora de um livro sobre como se libertar do medo e ter independência no volante, destaca que, além das aulas práticas, o suporte psicológico é cada vez mais procurado. “O medo de dirigir não é sobre o carro em si, mas sobre questões internas de quem conduz. Com acompanhamento adequado e acolhimento, é possível vencer essa barreira e conquistar a autonomia no trânsito”, afirma.

Para a psicóloga, a principal mensagem é que cada condutor precisar respeitar o seu próprio ritmo e não se deixar levar pela pressa e pela pressão. “O trânsito é lugar de vidas, não de disputas. Quanto mais consciência, ética e calma tivermos, mais segura ele será pata todos nós”, conclui.

Rebeca Negreiros, especial para o Portal O Dia, com edição de Isabela Lopes.